Jornada de lançamento do PROJETO LP
PARTE II – Como um marciano,
imediatamente, me veio um sonho de realização: quis ser um BEATLE. Na primeira decepção amorosa, surgiu a vingança do compositor latente em mim: vou fazer uma música para destruir sua memória! Dessas músicas e querer fazer sucesso, gravar um disco, foi um pulo. Naquele exato momento em que caminhava pelas ruas noturnas de Parque Del Plata ouvindo o mais recente álbum dos Beatles (Beatles for sale) e dos Shakers (uma banda uruguaia da época), um pensamento marciano se grudou na minha mente e não saiu mais: vou ser um rock-star! Mas não serei um rocker qualquer que se suicida sem destino, sem causa.
O rock’n’roll para mim surgiu como um caminho viável e lúdico de transformação da sociedade terrestre. Não queria ser somente um homem objeto, mas um objetivo dos homens. Pensei em estudar psicologia, ciência, me informar o mais que pudesse para, quando fosse um rock-star, meus fãs seriam os seguidores de um gênio.
Assim, iniciou-se essa longa peregrinação em busca da conquista do Planeta e seus ouvidos. Por isso, esse diário não poderia começar na data do seu início, ainda não estávamos preparados. Era preciso treinamento e formação. Mas, desde o início, já sabia que seria muito famoso, por isso, não me perturbava muito com a ignorância dos outros. Como saberiam que eu era um marciano destinado a liderá-los? Se nem sabiam bem que eram uns terráqueos ignorantes? Quando se ignora a própria ignorância se percebe como o conhecimento é inútil.